sábado, 13 de setembro de 2008

Distúrbios do Sono























Quando a capacidade de dormir é alterada ou o sono se intromete nas atividades diárias normais de uma pessoa, as causas devem ser investigadas
Com mais de 70 possíveis distúrbios do sono já conhecidos, a Medicina do Sono utiliza-se de várias estratégias e princípios organizados para diagnosticá-los tratá-los corretamente
Em 1990, foi publicado a Internacional Classification of Sleep Disorders (ICSD), uma classificação dos distúrbios do sono. Segundo esta classificação, os distúrbios podem ser classificados em:
Dissonias – condições primariamente psicogenéticas nas quais a perturbação predominante é na quantidade, qualidade ou regulação do sono, decorrentes de causas emocionais, isto é , insônia, hipersonia e transtorno do ciclo vigília.
Parassonias – eventos episódicos anormais que ocorrem durante o sono. Na infância estão relacionados principalmente ao desenvolvimento da criança, enquanto que no adulto eles são predominantemente psicogenéticos, isto é, sonambulismo, terrores noturnos e pesadelos.
O sono é fundamental. Ele tem a função de estabelecer o equilíbrio emocional e físico. As pessoas passam a dormir menos com a idade, especialmente a partir dos 60 anos, e isto é um aspecto perfeitamente normal. No entanto, o que intriga os pesquisadores é verificar que as mulheres têm mais insônia do que os homens (o ciclo menstrual e o conseqüente aumento da sensibilidade feminina nesse período podem provocar diminuição do sono).
Muitas vezes a troca de horário de sono é confundida com insônia.
Também não se pode esquecer que há pessoas que têm o ritmo mais diurno ou mais noturno, sem que isto signifique um grave problema.
Considerando-se o equilíbrio delicado que reina entre o ritmo do ambiente e o ritmo do nosso organismo, qualquer mudança abrupta pode provocar um distúrbio. Tanto pode ocorrer uma indisposição generalizada, fadiga, desconforto psíquico, irritabilidade, como alteração do sono.
O que se deve ter em mente é que, como a insônia não é uma doença e sim a manifestação de outras doenças, o paciente que sofre de insônia deve receber tratamento considerando a doença originária.
Pode se falar em “insônia corriqueira”, que dura poucos dias e geralmente tem um fator deflagrante bem definido, como exemplo, um problema doméstico.
A insônia crônica, por sua vez, dura mais do que três ou quatro semanas.
Pelo menos 90% dos pacientes com depressão sofrem algum tipo de distúrbio do sono. A insônia também pode ser causada por quadros de esquizofrenia, transtornos afetivos, transtornos ansiosos, por abuso de drogas, como a cocaína e as bebidas alcoólicas.
O próprio tratamento com medicamentos antidepressivos pode produzir alterações do sono. A insônia ocupa, sem dúvida, lugar de destaque entre os desconfortos que afetam o paciente, resultando em seu desgaste físico e psíquico.
Na assistência de enfermagem, os profissionais devem inicialmente conhecer os hábitos de sono do paciente.
- Proporcionar e estimular atividades evitando, assim, que o paciente durma durante o dia e permaneça desperto à noite.
- Diminuir os estímulos do meio ambiente, por exemplo: evitar conversar em tom de voz alta, limitar consumo de chá preto, café, guaraná em pó e refrigerantes, sobretudo à noite.
- Tentar fazer do quarto do paciente um ambiente confortável, sem iluminação excessiva e com temperatura agradável.
- Oferecer ao paciente um copo de leite ou uma fruta pode ajudar, sobretudo porque a atividade nervosa desvia a atenção para a digestão, facilitando assim o ato de adormecer.
- O banho morno também contribui para o relaxamento e ajuda a adormecer.
- Quando se tratar de alcoólatras, considerarem sua queixa de insônia, pois o álcool provoca insônia em estados avançados da doença.
- Procurar levar em consideração a privacidade do paciente, por exemplo: há pacientes que, quando em casa, acostumados a dormir em quartos sozinhos, se sentem deslocados e mal acomodados em enfermarias. Tem medo de sofrer agressão, ansiedade; nestes casos, procurar acomodá-los quando possível em leito individual.
Deve-se considerar que os remédios para insônia ajudam a induzir o sono, mas também causam dependências e tolerância; portanto, devem ser prescritas criteriosamente e após terem sido esgotadas as tentativas anteriores.